
A Torre Vermelho carrega intensidade simbólica inspirada nos rituais e geometrias de Rubem Valentim
Torre Vermelho: Força, Paixão e Movimento na Arte Concretista Afro-Brasileira
A “Torre Vermelho” completa o conjunto cromático-espiritual das torres concretistas, introduzindo a vibração intensa do vermelho – cor do sangue, do fogo e da força vital. Inspirada nos icônicos totens de Rubem Valentim, esta obra canaliza a energia dos orixás guerreiros e do Axé em movimento através de uma construção geométrica que pulsa com vida e poder.
O Vermelho como Força Vital Sagrada
Na cosmologia afro-brasileira, o vermelho está associado a orixás como Exu, Ogum e Iansã – divindades do movimento, da guerra, da transformação e dos caminhos. Esta cor representa o sangue que circula, o fogo que transforma, a paixão que move e a coragem que enfrenta. É a cor do ejé (sangue), elemento fundamental nos rituais de consagração e renovação do Axé.
A escolha do vermelho para esta torre não é apenas estética – é uma declaração de força, resistência e vitalidade da cultura afro-brasileira, uma afirmação visual da presença incontornável e transformadora desta herança no panorama artístico contemporâneo.
Dinamismo Geométrico e Energia Visual
A “Torre Vermelho” apresenta uma construção geométrica que sugere movimento e transformação. Os elementos concretistas – triângulos apontando direções diversas, círculos que sugerem rotação, linhas diagonais que criam tensão – são organizados de forma a criar uma sensação de energia contida prestes a explodir.
Esta organização dinâmica reflete a natureza dos orixás vermelhos, sempre em movimento, abrindo caminhos, removendo obstáculos, promovendo mudanças. A geometria aqui não é estática contemplação, mas ação cristalizada em forma.
Simbolismo dos Elementos e Ferramentas Sagradas
Na estrutura da torre, podem ser identificadas abstrações de ferramentas sagradas: o tridente de Exu, as sete lanças de Ogum, os raios de Iansã. Estes símbolos, filtrados através da linguagem concretista, mantêm sua potência ritual enquanto adquirem nova dimensão estética.
O vermelho intensifica a presença destes símbolos, fazendo-os vibrar visualmente como se estivessem carregados com a energia dos próprios orixás. A obra torna-se um campo de força visual que ativa e energiza o espaço ao seu redor.
Diálogo com a História da Arte e Resistência Cultural
Seguindo a trilha aberta por Rubem Valentim, a “Torre Vermelho” insere-se na história da arte brasileira como afirmação de uma estética afro-brasileira sofisticada e contemporânea. O vermelho aqui também evoca o sangue derramado na luta pela preservação cultural, a resistência histórica que permitiu a sobrevivência e florescimento das tradições africanas no Brasil.
A obra dialoga com o concretismo brasileiro, mas subverte seus princípios puramente formais ao infundi-los com conteúdo espiritual e político, criando uma síntese única entre forma e significado.
Impacto Sensorial e Transformação Espacial
A presença da “Torre Vermelho” em um espaço é transformadora. O vermelho vibrante cria um polo de atração visual irresistível, alterando a dinâmica e energia do ambiente. A obra não permite contemplação passiva – exige engajamento, provoca reação, estimula movimento.
Esta qualidade ativadora reflete a função de Exu como orixá da comunicação e do movimento, aquele que deve ser saudado primeiro para que qualquer trabalho espiritual possa fluir. A torre funciona como catalisador visual, abrindo caminhos perceptivos e energéticos.
Axé como Força Revolucionária
O Axé invocado pela “Torre Vermelho” manifesta-se como força revolucionária e transformadora. Não é apenas energia espiritual, mas potência política e cultural que desafia estruturas estabelecidas e abre novos caminhos de expressão e reconhecimento para a arte afro-brasileira.
A obra culmina a série de torres como declaração final de presença, força e permanência. O vermelho grita onde o branco sussurra, move onde o azul contempla, afirmando a multiplicidade e riqueza da experiência espiritual e estética afro-brasileira.

A Torre Vermelho carrega intensidade simbólica inspirada nos rituais e geometrias de Rubem Valentim
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Torre Vermelho – Rubem Valentim
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