
A obra Torre Azul 2 evoca o legado visual e espiritual de Rubem Valentim em linguagem moderna
Torre Azul 2: Variações sobre o Sagrado na Arte Concretista Afro-Brasileira
A “Torre Azul 2” expande o vocabulário visual estabelecido por sua antecessora, apresentando uma nova configuração de símbolos geométricos que aprofundam o diálogo entre concretismo e religiosidade afro-brasileira. Esta segunda iteração mantém o azul como cor fundamental, porém explora novas possibilidades compositivas dentro da estrutura totêmica inspirada em Rubem Valentim.
Evolução Formal e Simbólica
Nesta segunda torre, observa-se uma complexificação dos elementos geométricos, sugerindo uma narrativa visual mais elaborada. Os símbolos dos orixás – machados duplos de Xangô, espadas de Ogum, espelhos de Oxum – são abstraídos em formas puras que mantêm sua potência simbólica enquanto aderem aos princípios concretistas de clareza e precisão.
O azul aqui pode apresentar variações tonais, criando profundidade e movimento dentro da composição. Estas gradações cromáticas evocam as diferentes qualidades das águas sagradas – desde as águas calmas de Oxum até as profundezas oceânicas de Iemanjá, passando pelas águas turbulentas de Iansã.
Ritmo Visual e Musicalidade Sagrada
A “Torre Azul 2” incorpora um senso rítmico em sua construção, ecoando os padrões percussivos dos atabaques sagrados. A disposição dos elementos geométricos cria uma pulsação visual que remete aos toques rituais, transformando a obra em uma partitura visual dos ritmos sagrados do candomblé.
Esta musicalidade visual não é acidental – reflete a importância fundamental do som e do ritmo nas práticas religiosas afro-brasileiras, onde cada orixá possui seus toques específicos que induzem estados de consciência alterados e facilitam a comunicação com o divino.
Continuidade e Inovação
Enquanto mantém diálogo direto com a “Torre Azul 1”, esta obra introduz elementos que a distinguem como peça única. Pode apresentar uma organização mais dinâmica dos símbolos, uma verticalidade mais acentuada, ou incorporar elementos que sugerem movimento ascendente – representando a elevação espiritual e o crescimento do Axé.
A referência aos totens de Rubem Valentim permanece evidente, mas filtrada através de uma sensibilidade contemporânea que pode incorporar questões atuais sobre identidade, resistência e afirmação cultural afro-brasileira.
Dimensão Política e Social
“Torre Azul 2” não é apenas um exercício formal – carrega consigo uma dimensão política implícita. Ao elevar símbolos religiosos afro-brasileiros ao status de arte conceitual, a obra questiona hierarquias culturais estabelecidas e reivindica espaço para narrativas historicamente marginalizadas no circuito artístico mainstream.
A repetição do azul em múltiplas torres sugere uma estratégia de ocupação simbólica do espaço cultural, criando uma presença afirmativa e incontornável da estética e espiritualidade afro-brasileira no campo das artes visuais.
Experiência Contemplativa e Transformadora
A contemplação da “Torre Azul 2” oferece uma experiência meditativa distinta de sua predecessora. Enquanto a primeira torre pode estabelecer o vocabulário básico, esta segunda obra convida a uma leitura mais profunda e nuançada dos símbolos apresentados, recompensando a atenção prolongada com descobertas visuais e insights espirituais.
O Axé invocado nesta obra manifesta-se como força transformadora, convidando o espectador a transcender a mera apreciação estética e engajar-se com as dimensões espirituais e culturais embedded na composição.

A obra Torre Azul 2 evoca o legado visual e espiritual de Rubem Valentim em linguagem moderna
-
Torre Azul 2 – Rubem Valentim
R$829.90Em até 3x de R$276.63 sem juros À vistaR$746.91no Pix