
Obra Torre Azul 1 homenageia a estética e espiritualidade afro-brasileira de Rubem Valentim
Torre Azul 1: Diálogo Contemporâneo entre Concretismo e Espiritualidade Afro-Brasileira
A obra “Torre Azul 1” representa uma poderosa síntese entre a geometria concretista e a simbologia sagrada afro-brasileira, estabelecendo um diálogo visual com o legado de Rubem Valentim. Esta escultura ou pintura verticalizada utiliza o azul como elemento cromático dominante, cor que nas tradições afro-brasileiras está associada a divindades como Ogum e Iemanjá, representando proteção, justiça e as águas profundas.
Estrutura Compositiva e Geometria Sagrada
A verticalidade da torre evoca a conexão entre o Ayê (mundo terreno) e o Orun (mundo espiritual), conceito fundamental nas religiões de matriz africana. A construção geométrica da obra emprega formas concretistas – triângulos, círculos, retângulos e losangos – que são reinterpretadas como símbolos sagrados dos orixás, ferramentas litúrgicas e elementos rituais do candomblé e umbanda.
O azul predominante na composição não é meramente estético, mas carrega significados espirituais profundos. Na cosmologia afro-brasileira, esta cor representa o mistério, a profundidade do conhecimento ancestral e a força das águas que conectam África e Brasil através do Atlântico.
Herança Concretista e Inovação Visual
Seguindo a tradição estabelecida por Rubem Valentim, a “Torre Azul 1” demonstra como o vocabulário visual concretista pode ser ressignificado para expressar conteúdos espirituais e culturais afro-brasileiros. A obra transcende o purismo geométrico ao incorporar a vibração do Axé – a força vital que permeia todas as coisas segundo a cosmovisão africana.
A estrutura totêmica remete aos postes sagrados (Ixé) dos terreiros, marcos verticais que demarcam espaços sagrados e servem como antenas espirituais entre mundos. Esta referência transforma a obra em mais que uma composição visual – torna-se um objeto de poder simbólico.
Significado Cultural e Religioso
“Torre Azul 1” funciona como uma afirmação da presença e resistência da cultura afro-brasileira no campo das artes visuais contemporâneas. A obra reivindica o espaço da galeria e do museu para símbolos e conceitos tradicionalmente marginalizados, elevando a iconografia religiosa afro-brasileira ao status de arte conceitual sofisticada.
O uso do termo “Axé” como exclamação associada à obra reforça seu caráter celebratório e afirmativo. Mais que uma benção, é uma declaração de força vital, uma invocação da energia criadora que sustenta tanto a prática artística quanto a espiritual.
Impacto Visual e Experiência Contemplativa
A monocromia azul da torre cria um campo visual meditativo que convida à contemplação. O observador é levado a uma experiência que transcende a apreciação estética, aproximando-se de um estado contemplativo similar ao encontrado em espaços rituais. A geometria ordenada transmite serenidade enquanto os símbolos incorporados ativam camadas de significado cultural.
Esta primeira torre azul estabelece um vocabulário visual que será explorado em variações subsequentes, iniciando uma série que investiga as múltiplas possibilidades de diálogo entre abstração geométrica e espiritualidade afro-brasileira.

Obra Torre Azul 1 homenageia a estética e espiritualidade afro-brasileira de Rubem Valentim
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Torre Azul 1 – Rubem Valentim
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